A jornada da cetamina, inicialmente desenvolvida como anestésico na década de 1960, passou por uma transformação notável ao longo dos anos. Originalmente usada para sedação e analgesia em cirurgias, a cetamina chamou a atenção da comunidade científica por suas propriedades únicas que vão além da anestesia.
Ao longo dos anos, pesquisas revelaram seu potencial terapêutico no tratamento de condições mentais graves, como depressão resistente e ideação suicida. A criação do Centro de Cetamina em 2017 no Brasil marcou um passo importante no uso clínico e na pesquisa dessa substância, solidificando sua posição como uma opção de tratamento inovadora e eficaz.
Hoje, vamos explorar a jornada da cetamina ao longo das décadas.
1962 – Descoberta e síntese
A cetamina foi sintetizada pela primeira vez em 1962 por Calvin L. Stevens, que trabalhava na Parke-Davis. Desde então, ela tem sido amplamente utilizada como anestésico devido à sua capacidade de induzir sedação, analgesia e amnésia.
Décadas de 1970 e 1980 – Uso clínico e pesquisas iniciais
Nessas décadas, a cetamina começou a ser usada em ambientes clínicos para cirurgias e emergências. As primeiras pesquisas também começaram a explorar suas propriedades antidepressivas, o primeiro trabalho foi publicado em 1973 no Irã.
Década de 1990 – Expansão do uso e novas aplicações
Nos anos 90, a cetamina foi utilizada em vários contextos médicos, incluindo cuidados pré-hospitalares e emergenciais. Estudos começaram a investigar seu potencial no tratamento de condições psiquiátricas, como depressão resistente. O Dr. John Krystal, na década de 1990, investigou os efeitos da cetamina no neurotransmissor glutamato em sintomas de esquizofrenia, considerando também seu papel na depressão maior.
Anos 2000 – Primeiro artigo publicado por John Krystal
A universidade de Yale, liderado pelo pesquisador John Krystal publicou o primeiro trabalho mostrando a eficácia da cetamina em pacientes com depressão resistente
Anos 2010 – Pesquisas notáveis no Brasil
Houve um aumento significativo no número de estudos clínicos randomizados e controlados para avaliar a eficácia da cetamina em diversas condições, incluindo, transtorno depressivo maior, ansiedade e dor crônica.
2017 – Criação do Centro de Cetamina
Em 2017, o Dr. Tiago Gil fundou o Centro de Cetamina no Brasil, após uma imersão nos Estados Unidos e associou-se à Associação Americana de Clínicos de Cetamina (ASKP). O Centro se dedica à infusão endovenosa de cetamina como tratamento moderno e inovador para condições como depressão resistente, transtorno bipolar e ansiedade.
Pesquisas contínuas e expansão do uso
Nos últimos anos, a cetamina tem sido estudada e utilizada para uma variedade de condições, incluindo dor crônica e fibromialgia. O Centro de Cetamina continua liderando pesquisas e oferece tratamentos baseados em evidências científicas. Publicamos o primeiro trabalho com respostas de mundo real na população brasileira e estudo piloto sobre previsibilidade de resposta à cetamina em 2025 na conferencia americana de cetamina ( ASKP) A jornada da cetamina, desde sua descoberta até os dias atuais, mostra seu potencial transformador no campo médico. Com centros especializados como o Centro de Cetamina, a terapia continua a evoluir, trazendo novas esperanças para pacientes com condições desafiadoras.
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Khorramzadeh, E, and A O Lotfy. “The use of ketamine in psychiatry.” Psychosomatics vol. 14,6 (1973): 344-6. doi:10.1016/S0033-3182(73)71306-2
Gil, Tiago, & Bonetti, T. C. S. (2024). Efficacy of intravenous esketamine in reducing suicidal ideation and major depressive symptoms: A real-world evidence study. Journal of Affective Disorders Reports, 17, 100809. https://doi.org/10.1016/j.jadr.2024.100809